A EMERGÊNCIA DO CURRÍCULO, NA VOZ DOS SUJEITOS DA APRENDIZAGEM, NUMA DIMENSÃO CRÍTICO‐LIBERTADORA: ESTUDO DE CASO SOBRE A RÁDIO JACARÉ FM
Journal Title: Revista Espaço do Currículo - Year 2012, Vol 5, Issue 1
Abstract
Na acepção freireana o currículo é a teoria, a política e prática do que‐fazer na sala de aula, na escola e fora dela numa dimensão crítico‐libertadora (SAUL, 2008). Nesse entender o currículo pode ser interpretado enquanto ação cultural, política e social crítico‐libertadora que abarca a força da ideologia e sua representação não somente como ideias, mas como prática concreta, ou seja, é a vida mesma da escola, o que nela se faz ou não se faz, as relações entre todos e todas que a constituem, desde o porteiro até o diretor e a comunidade ao derredor (FREIRE, 2006). Segundo Apple (1989; 2006) o currículo é uma forma hegemônica de representação das estruturas econômicas e sociais mais amplas, as quais têm se constituído um sistema para a manutenção das relações de dominação e exploração das sociedades colonizadas, portanto ele não é neutro e desinteressado, mas o conhecimento por ele corporificado é um conhecimento particular. Na análise de Giroux (1986) existem mediações e ações no espaço da escola e do currículo que podem trabalhar contra os desígnios do poder e do controle, devendo haver um lugar para a oposição, a resistência, a rebelião e a subversão, o que permite canalizar o potencial de resistência demonstrado por professores e alunos para desenvolver uma pedagogia e um currículo que tenham um conteúdo claramente político e que seja crítico das crenças e dos arranjos sociais dominantes. As idéias de Apple e Giroux sobre o currículo abarcam as dimensões de emancipação, libertação e empoderamento1 (empowerment), e neste estudo estão presentes, sobretudo na voz freireana. Na obra freireana a emancipação aparece como uma grande conquista política a ser efetivada na práxis humana, na luta ininterrupta a favor da libertação das pessoas de suas vidas desumanizadas pela opressão e dominação social imposta pelo capitalismo e pela força da ideologia dominante (MOREIRA, 2008). A libertação é práxis transformadora, ou seja, ação e reflexão solidárias, e ocorre no processo de conscientização dos homens de seu papel no mundo e com o mundo (FREIRE, 1970).
Authors and Affiliations
Edilene de Oliveira Francisco Souza
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